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A forma como queres encarar a Vida é uma ESCOLHA!

(e a descoberta incrível é que são pequenas escolhas que nos levam a grandes momentos)

Sempre senti uma necessidade enorme de dar, de doar e de me dar ao outros mas também de ser diferente ou talvez a palavra seja mesmo diferenciadora. De marcar a diferença.

Em tudo o que faço isso está impresso nas minhas ações fazer algo que deixe uma impressão no outro diferenciadora.

Dizia-vos que gosto de dar mas, gosto de o fazer de uma forma cautelosa gosto de dar e controlar o processo gosto de dar sem perder o controlo de mim e das minhas emoções, mas na verdade perco sempre. 

O meu primeiro dia do ano começou com uma cama cheia de filhos e pais. As brigas do costume mas com os carinhos e os abraços do costume.

Decidi que este dia não nos ia tirar aquilo que é tão importante mas que com frequência me esqueço, cuidar de nós.

Tinha reservado uma peça de roupa nova para cada um, (um hábito antigo de criança) para celebramos mais um ano um ano cheio de dúvidas mas de esperança de uma esperança de termos um pouco, apenas um pouco da liberdade que tínhamos.

Mas como nada disto me coloca em dor (pelo menos não durante muito tempo) apenas me faz tentar arranjar soluções aí fomos nós.

Roupa nova, um bom pequeno almoço e chegado o momento de apanhar ar de sentir o sol deste novo dia, deste novo ano tínhamos até às 13h para o fazer e isso não nos podia deter pois até às 13h tínhamos muito tempo.

Saímos,… uns pingos que caiam mas que não demoveram a nossa volta. Fizemos novos caminhos um passeio longo mas a meio do passeio encontramos alguém que nos pediu ajuda. O seu vocabulário era ligeiramente impercetível disse apenas que não comia à 3 dias pediu dinheiro falou em bolo e sumo verdade não tinha um aspeto cuidado notoriamente a passar dificuldades parecia inclusive que estava um pouco fora de si. De olhos esbugalhados dicção difícil e o olhar distante…

Não tínhamos nada nem dinheiro nem comida… Tínhamos ido andar a pé desprovidos de tudo. Apenas com a certeza de que iriamos dar uma volta longa e por caminhos diferentes dos habituais.

Fiz o resto do passeio a pensar naquilo, naquela pessoa. Caramba, este ano não tinha feito a volta habitual por Lisboa pelos sem abrigo para doar roupas alimentos e isso era algo que me pesava pois preciso de o fazer com regularidade dar parte de mim e do que tenho garantindo que retribuo com amor tudo o que recebo mesmo que seja ganho com sacrifício e muito esforço. Mas tenho e sou realmente grata por isso.

Cada passo que dava ao longo do meu passeio pensava como podia eu não ter nada para lhe dar…

Comecei a construir em mim uma SOLUÇÃO e pensei, assim que chegarmos a casa e porque ia visitar os meus pais pego em bolo, fruta, chocolates, broas e tudo o que tinha na mesa para partilhar.

Cheguei a casa vinda de um passeio longo a pé, os miúdos foram para o carro e eu fui à cozinha preparar todo um saco com cada bocadinho do que tinha na mesa e algum dinheiro.

O carro arrancou e fomos ao sítio onde o tinha visto não estava… rapidamente um desalento por algo que tinha ficado inacabado.

Continuamos e de repente avistei-o.

PORRA  – pensei – como pode ser a vida boa para mim permitindo-me retribuir parte do que tenho fiquei nervosa não sabia como ia reagir.

Sai do carro dei-lhe o saco e desejei-lhe um bom ano. Voltou a ter um discurso desconexo, percebi que não falava português muito bem ou quase nada.

Agarrei no saco olhei para ele bem dentro dos seus olhos e disse-lhe é para ti, alimenta-te por favor e que tenhas um bom ano.

A minha família dentro do carro num silêncio a observar.

Entrei dentro do carro e senti uma enorme vontade de chorar. Quando lá em cima Vos digo que perco o controlo é nisto porque me comove porque me sinto cheia de amor e gratidão e essa gratidão transforma-se na vulnerabilidade daquilo que sou.

Porque sempre que dou, toco em mim e no mais profundo do meu ser, sinto toco um bocadinho na humanidade. Porque ao dar ao outro dou-me a mim. Porque o outro é parte de mim.

E de repente sinto uma gratidão por poder começar o meu ano assim com esta oportunidade de fazer a diferença mesmo que tão pequenina pude fazer algo por alguém a vida deu-me essa oportunidade porque eu me dei essa oportunidade.

Porque decidi que apesar do dia ser o que era, que podíamos sair na mesma, que podíamos cuidar de nós, que podíamos ir andar a pé mesmo com uns pingos e fazer um caminho diferente e quando o fiz pude fazer a diferença na vida de alguém mesmo que por breves, breves momentos e na minha, porque decidi que apesar do primeiro encontro não ter nada para lhe oferecer podia correr atrás de um segundo encontro e lá estava ele à minha espera.

PORRA que melhor maneira de começar o ano, sendo o que és, contrariando as probabilidades, sentindo gratidão por tudo o que és, tens, podes dar e Ser.

Dia 1 são todos os dias.

Claro que este tem uma simbologia diferente mas não deve minimizar tudo o que podes fazer amanhã, depois ou depois.

Tudo são escolhas de como queres encarar o que a vida te dá. Tudo são escolhas dos caminhos que queres seguir.

Um Feliz 2021.

Um beijinho especial a todos os meus amigos, familiares a todos os meus coachees, formandos, companheiros de jornada neste novo ano que começa com 365 oportunidades de fazermos escolhas, as melhores possíveis e de construirmos aprendizagens. #W1.2021 | Vanda Santos

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